20.7.09


Pássaros não pensam, simplesmente voam.
Ando matutando em não matutar,
correndo de um penar, da obrigação de se conformar.
Olhando e sendo levado pela elegância passiva de uma árvore.
Uma menina que obedece ao vento,
e cresce sempre ao encontro do Sol.
Angustiada, presenteia nossa loucura de peito cansado.
Flores coloridas.
É, não tentando mas deixando ser.
Mocinha de olhar esverdiado,
é a única que se despe no momento de maior frio
e no calor nos abriga em sombras.
Palco de fanfarras infantis,
abraça cada criança que teima em se elevar,
seja por uma suculenta maçã
ou pelo inocente prazer em subir
e travar uma boa conversa com o silêncio.
Seu colo, oferece a casais que pelados namoram...
e cravam com canivetes seu amor inventado.
O sangue é branco.
Nossa altivez ignorante de seres racionais
atropela o carinho de sua troca sem exigência.
Hoje, matutando em não matutar,
dei as mãos à uma árvore, e fizemos amor.
Preenchido daquela exaustão feliz,
acendi um cigarro e soprando a fumaça para cima...
percebi pássaros que não pensam e simplesmente voam.
Eles faziam seu ninho no seio de minha menina.

2 comentários:

Priscylla de Cassia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Priscylla de Cassia disse...

lindo demais Pedro!
belo esmero em cada verso...

quero conhecer essa árvore tão inspiradora!