14.1.11

Cusparada


Tudo é uma dor solitária, um momento abundante de sentimentos e coisinhas que se traduzem na prepotência do entendimento. A vida é um eterno cio de animal ávido e raivoso por paixões que enchem nossos copos de cerveja-amiga-gelada para uma enxurrada que provoca mortes em nosso coração e fertilidade em nossa mente infectada pacientemente pelo terrível vírus do sentimento-conceito. Saltarei sem asas a procura das mesmas, quem sabe eu não caio em um carro conversível (aqueles de road-movie) com uma longínqua estrada velha-fantasma onde todos meus pensamentos tenham espaço para amar. Rasgando meu papel de ator-social, apedrejarei janelas blindadas de casinhas felizes que enclausuram meus anseios sentimentais na idiossincrasia do conceito pequeno-burgues de sentir a explosão imensurável do momento. Dançarei à beira do abismo com uma bíblia em punho, esperando que deus ( jesus, maomé, buda, oxalá...) me ofereça um pedaço psicodélico de seu corpo e finalmente meu orgasmo será múltiplo, fruto da verdadeira tensão que é viver, encontrar, acarinhar, cheirar, trepar. Enfim serei um grande instrumento e me tocando, tocando, tocando... terei a humildade de criar uma música que todos dancem.