14.4.10





Choro na promessa minha de um amor seu,
flores decadentes de uma beleza roubada.
É outono e como tal,
amarelo de desgosto sinto seu descaso
no brilho de um sorriso,
e no fogo de sua cachaça
minha ressaca te condena
à morte em meu peito-carrasco.
És posse e escrava de meu medo
bobo e febril,
e quando pisoteias sem peso
meu corpo nu e satisfeito
e levantas vôo,
ventam cheiros doces e coloridos.
Finalmente percebo
que o amor não deve pedir
ou exigir,
apenas ser forte em si.
Deitado e risonho,
te vejo voar
não como uma dádiva,
mas sim
como uma conquista.