8.12.09


Em palhaçadas
a vida em mim escangalha,
uma palavra ácida.
Fumacinha cheirosa de panela ao fogo,
decanta em meu nariz estrelado,

(agonia de uma iminente depressão)

escorre, escorre...
desinteressante alimento.
Da alma tento o colo de vovó,
o resquício mínimo da vontade
de ficar, de ser.
Porém a noite fria de ar-condicionado,
me encolhe em suas cobertas,
entrelaça minhas pernas,
espeta com agulha fina meu olho raivoso
de vermelhidão virada, trincada.
Levanto, deito, levanto

( água - cigarros - lágrimas)

Perante a faca afiada de Cabral,
Vinicius me salva.
E com medicinais doses de felicidade com gelo,

durmo com meu cachorro...