27.9.09

ele e eu





Aquele moço
que habita todo espelho que olho,
anda me irritando.
Seus movimentos óbvios e marcados
encenam o café de minha ressacada manhã.
Fugidio com seus olhos de vidro,
critica o chão que me desprende,
a minha preguiça em sobreviver.
Apolíneo, fraco, reto
consome minha minha alma,
ela grita em forma de soco.
Com a fronte retalhada, ele ri

( um plano de Tarkovsky)

em vários sorrisos.
Meu sangue escorre ignorância,
enquanto meu passado suga meu momento.
Sou isso e aquele
moço do espelho
retalhado e com a mão enfaixada,
descanso a cabeça em chamas
no colo de uma guilhotina.

Suplico por um carrasco!