26.5.09




A mão boba toca o peito arrepiado.
Ela não mais dorme, apesar de fingir.
Molha,
ao sentir a tremulidade do tato.
O corpo meio displicente se ajeita
pés despertam antes dos olhos,
e se enlaçam, sola-peito, peito-sola
encontram-se, mundos distintos.
Ela brinca com o cabelo
forma sutil de revelar a nuca.
Uma inevitável língua precede
uma mordida de gato carregando a cria.
Agora não mais o sono fingido,
mas o prazer desperto.
Ela segura com macia rigidez
o membro já rígido.
Momento em que qualquer homem
pode mensurar o infinito,
já que este não passa daquele momento.
Entrego-me,
incontrolavelmente carne, sou alma
possuída, encantada
quando seus lábios umidecidos tocam meu pênis.
Minhas mãos dotadas de ternura
acariciam seus cabelos,
prendem seus cabelos.
Seu rosto é revelado,
e ensaia um sorriso malicioso.
Frente a uma poderosa deusa cavalgando sobre mim,
percebo a inércia
a criatividade de parado ficar,
de nada ser.
Nossos gemidos acompanham movimentos...
Na iminência do gozo, o silêncio sepulcral.
Enfim, a morte chega.



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