Uma pedra,
um buraco
e comigo um peito marcado.
Manchado na agonia de resistir,
arranco com vivos olhos de cão brincalhão
a pedra do buraco.
Com a mesma entre os dentes
sorrio com o rabo para meu Dono.
Ele acende um cigarro
e ao vento sopra pequenos e poucos assuntos.
Trabalho, futebol, vida alheia, sucesso, dinheiro.
Meu latido rompe sua fala muda
e aquela forma sem forma
branca e colorida
concreta e abstrada
( meu Dono)
precipita-se em minha pedra
e chovendo venta esta para
o buraco.
Lacrimejante deito meu olhar-cão
na pedra-buraco.
Castrado,
mais uma vez enterro
a possibilidade feliz
de amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário