15.3.10
Mudos,
peixinhos dourados bóiam.
Uma cômoda taciturna
descansa o aquário redondo
de desenho animado.
Insisto em cutucar
a fragilidade translúcida que
agora a morte habita.
Dedilhando vidro,
caminho hirto.
Feliz, porém descrente
acredito em uma flor que
germina orquídea
no aquário redondo de.
Desenho, animado em novas cores,
sorrio, contemplo, aceito
pétalas caindo, a vida indo.
Minha passiviade flor-humana-bicho,
entrega-me em mãos ao tempo-relógio
enquanto
sua fiel menina-da-capa-preta
é uma involuntária amante
de meus momentos seus
em horas cada vez mais vagas.
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