Decidi não amar.
Fiz a barba, cortei o cabelo, dei o nó da gravata.
Encarei-me, amarelando o sorriso, esperava um abraço.
O último - o último carinho sem cobrança -
onde a alma atordoada e perto de sua fuga, duvida dela própria.
Foge, foge... minha vilã de romances impossíveis,
aliciadora maquiavélica de olhares que ainda revelam uma criança,
quero que corra, quero que morra.
Morre, para eu nascer nesse mundo,
assinar esse grande contrato
e selar a paz com minha maturidade.
Sim... perdi e agora sou um homem
tentando lidar com esses bichos esquisitos que abocanham a cada dia
aquilo que ainda me resta.
Mas nem resto tenho,
o que me era forte nem força tem.
Ignorei com a elegância de um hirto cidadão
meus sentimentos.
Por isso amo,
sem a fragilidade doentia de quem sente,
amo me adequar e acarinhando o comum
solto a mão de minha criança que serelepe corre para o "nunca mais".
A paixão agora é meu estado risível de ser,
onde eu--homem
piso em flores,
repudio com incêndio os verdes jardins
e vinagro os mais deliciosos vinhos.
Mas ainda duas fraquezas me elevam:
a Chuva e a Lua.
A primeira lava a outra aquece.
Comprei um guarda-chuva, mas a Lua...
me arrebata quando distraído e
ainda sou visto despenteado, barbudo, sem camisa...
imaturo sob Seu brilho,
sorrindo em silêncio.